quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Federalização da CEA provoca discussão entre parlamentares


No final da sessão deliberativa de ontem (4), da Assembleia Legislativa, a deputada Cristina Almeida (PSB) pediu a palavra para solicitar aos parlamentares urgência na aprovação do projeto que autoriza o Governo do Estado a fazer um empréstimo para pagar a dívida da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) com a Eletrobras. Usando o tempo regimental, 15 minutos, a deputada disse que o Governo do Estado tem três opções: a caducidade, a intervenção federal ou a federalização da CEA. E colocou essa última como sendo a melhor saída para os problemas enfrentados pela companhia. “A federalização é a proposta menos prejudicial para o Estado”, avaliou a parlamentar, externando sua preocupação com a demora na votação dos projetos enviados pelo executivo à AL. Segundo Crisitina, uma equipe do BNDES esteve no Amapá e após analisar a situação financeira do Estado teria dado aval para a concessão de um empréstimo no valor de R$ 1,5 bilhão para o pagamento da dívida da CEA. “O Estado tem como honrar esse compromisso”, adiantou. Após ter tido um pedido de aparte negado por Crisitina Almeida, a deputada oposicionista Marília Góes (PDT) se inscreveu no grande expediente e esperou para falar. A deputada lamentou que Cristina Almeida não venha comparecendo às sessões da Casa e não tenha acompanhado as discussões sobre os problemas que a CEA enfrenta. “É fácil vir a tribuna e falar de números e jogar a responsabilidade para os outros. Ninguém sabe qual o real valor do débito da CEA, o governo quer um cheque em branco no valor de R$ 1,5 bilhão para o Estado pagar em 30 anos. Nós deputados não estamos protelando a aprovação do empréstimo. Precisamos é de mais informações”, acrescentou Marília. Marília pede um acordo formal para que o Governo do Estado assuma os cerca de 600 servidores que atualmente trabalham na CEA. Em uma audiência pública promovida pela AL, em novembro, com representantes do Governo, sindicato dos urbanitários e a comunidade, o presidente da CEA teria declarado que a questão dos empregados da companhia vai depender da sensibilidade do governador Camilo Capiberibe. “Se o governador tiver a mesma sensibilidade com estes servidores que teve com os professores, eles também vão ficar na rua da amargura. O Estado precisa assumir as suas responsabilidades. Os servidores da CEA estão com pires na mão pedindo audiência com o governador”, declarou Marília Góes. Uma outra questão que chamou a atenção da parlamentar foi o relatório do Governo do Estado sobre a federalização. O documento não diz como vai ficar a tarifa para os consumidores. “Imaginem como vai ficar o cotidiano da população mais pobre, se houver aumento na tarifa. A economia já está parada. Como fica o pequeno comerciante, o batedor de açaí”, refletiu Marília Góes. Fonte: A Gazeta