sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PF prende dono da Amapá Serviços e ex Governador se apresenta hoje


A Polícia Federal no Amapá deu cumprimento a 9 mandados de prisão, sendo uma preventiva e oito temporárias durante a Operação “Dis Pater”, deflagrada no início da manhã de ontem, 22, em Macapá, Oiapoque e Brasília (DF). Entre os presos está o dono da empresa Amapá Serviços, Eric Lucena. Ele já havia sido preso em outras operações da PF. Eric recebeu o mandado em uma clínica médica onde ele se recupera de um acidente. O ex-secretário e irmão do então governador Pedro Paulo, Elpídio Dias Carvalho, também foi apresentado, ontem, na sede da PF. Além das prisões, os federais ainda cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens e valores, bloqueio de contas bancárias e de suspensão de exercício de função pública, todos expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal no Estado do Amapá. Os principais alvos da operação foram a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a empresa Amapá Serviços, detentora de um contrato de R$ 800 mil/mês. A empresa se mantém no contrato por força de decisão liminar. Segundo a assessoria de imprensa da PF no Amapá, o objetivo foi identificar e colher provas a respeito de uma organização criminosa estabelecida na Sesa, montada para desviar verbas do Sistema Único de Saúde (SUS), em conjunto com empresários locais. A investigação teve início há três anos. Constatou-se que a organização teve origem no esquema criminoso desvendado pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal, tendo alguns de seus membros também sido presos nas operações Pororoca e Mãos Limpas. No decorrer da investigação, foi apontada ainda a participação de servidores da SESA e do Tribunal de Contas do Estado do Amapá. Segundo as investigações, o grupo operava um esquema de direcionamento da licitação, superfaturamento em contratos de prestação de serviços da Secretaria de Saúde o que acabou gerando um desvio de verbas públicas quantificado, por perícia, de mais de R$ 10 milhões dos cofres públicos nos últimos cinco anos. Após os desvios, para disfarçar a origem criminosa dos recursos, algumas empresas, conforme provas colhidas, eram utilizadas como laranjas para ocultar os proprietários de fato. A estimativa inicial é que, entre bens móveis e imóveis dos investigados, a Polícia Federal tenha apreendido até o momento, mediante ordem judicial, o valor aproximado de R$ 1,5 milhão. Os integrantes vão responder pelos crimes de estelionato contra a administração pública, formação de quadrilha, peculato, sonegação de documentos, prevaricação, advocacia administrativa, entre outros. Fonte: Diário do Amapá